protocolo-ip-internet-planetaApresentamos o Protocolo ID versão 6. Para nos referirmos a esta atualização é frequente usar-se simplesmente o termo IPv6. Esta é a versão mais atual do Protocolo IP, a qual está a ser implementada, de forma gradual, por toda a Internet.

O planeado é que o IPv6 funcione, durante um período de tempo ainda não determinado, a par com o Protocolo IP versão 4 (IPv4). Tecnicamente, chamamos a uma situação como esta uma “dual stack”, ou “pilha dupla” em português.

No entanto, o objetivo não é que o IPv6 e o IPv4 funcionem em conjunto indefinidamente. A longo prazo, a meta é que a versão mais recente substitua completamente a anterior.

O IPv4 tornou-se obsoleto por suportar apenas 4 mil milhões de endereços IP. Por sua vez, estima-se que o IPv6 consiga suportar um número tão surpreendentemente astronómico de endereços IP que nem sequer é possível descrevê-lo por extenso, mas apenas na sua forma matemática, 3.4 x 1038.

A exaustão da versão 4 do Protocolo IP ocorrerá no curto prazo, o que significa que a implementação do IPv6 é absolutamente essencial e inevitável. E não há tempo para interrupções.

Vamos saber mais sobre o panorama geral que levou à exaustão do IPv4 e à necessidade de um novo protocolo que possa alojar um número imensamente mais elevado de endereços na internet.

No início dos anos 80 do século passado, a internet era utilizada maioritariamente para fins académicos. Em comparação com o número colossal de endereços suportados pelo IPv4, de 32 bits, a quantidade de computadores ligados à internet era realmente mínima.

Porém, logo em 1993, quando a internet começou a ser usada também como ferramenta comercial, surgiram previsões de que o espaço de endereçamento se iria esgotar, no máximo, em 3 anos. Como sabemos, esse prognóstico esteve longe de ser concretizado.

Mas porquê? O desenvolvimento de uma série de tecnologias permitiu que os recursos de endereçamento não se esgotassem pouco tempo depois do advento e crescimento veloz do uso comercial da internet.

A tecnologia CIDR, cuja sigla pode ser traduzida para português como roteamento interdomínios sem classes, aboliu o até então vigente sistema de classes e permitiu que fossem atribuídos blocos de endereços conforme a necessidade. Isto contribuiu para um uso mais eficiente do espaço provido pelo IPv4.

O NAT, sistema que especifica os endereços privados inválidos, foi também muito importante. Com o NAT, um único endereço válido permite que toda uma rede de endereços privados tenha ligação à internet.

Por fim, o DHCP, sigla para o protocolo de configuração dinâmica de endereços de rede, possibilitou que se reutilizassem endereços de internet para ligações que não fossem permanentes.

Foram estas as principais tecnologias que contribuíram para uma racionalização do uso do espaço para endereçamento suportado pelo IPv4. Através delas, foi possível que o protocolo se mantivesse a funcionar durante muito mais tempo do que o inicialmente previsto.

Porém, é óbvio que o potencial de armazenamento da versão 4 do Protocolo ID iria eventualmente esgotar-se. É isso que está para acontecer, e é por isso que precisamos do IPv6, de 128 bits.